Os "INIMIGOS" dos castanheiros
Doença da Tinta
Em Portugal a Doença da Tinta, cujo nome se deve à cor negra que a árvore adquire por baixo da casca quando atacada, é conhecida desde o século XIX e constitui uma das maiores ameaças à cultura do castanheiro, tendo-se verificado em diversas regiões a destruição em massa de extensas áreas de souto.
A doença está associada a dois fungos pertencentes à classe oomicetas, à família Phytophthoraceae e ao género Phylophlhora (Phytophthora cinnamomi (Rands) e Phytophthora cambivora (Petri) Buisman). São semi-parasitas que vivem em forma saprófita na matéria orgânica do solo, ou como parasitas na planta.
A propagação faz-se através da água de rega, da chuva, do transporte de terra e de material vegetativo infectado. Solos com má drenagem, baixo teor de matéria orgânica, pobres em nutrientes e com exposições sudoeste, oeste e sul, se os declives forem superiores a 8-10%, são algumas das condições favoráveis para o desenvolvimento do fungo. As raízes com lesões provocadas por cortes constituem portas de entrada para o fungo.
O fungo afecta o sistema radicular, limitando ou impedindo gradualmente a circulação da seiva. Os sintomas manifestam-se inicialmente na parte superior da copa a partir da extremidade dos ramos onde se observam cloroses e emurchecimento das folhas. A floração é fraca e a frutificação é muito afectada, os frutos caem antes de amadurecerem. Na zona afectada, após remoção da casca, o lenho mostra-se necrótico, constituindo uma mancha de cor violácea escura, em forma de cunha. A partir da base pode observar-se a emissão de rebentos que morrem passados alguns anos, mantendo-se seca toda a copa.
Os meios disponíveis não são ainda capazes de responder, de uma forma eficaz, às necessidades do combate à doença.
As técnicas culturais parecem ser aquelas que de alguma forma contribuam para a limitação da doença. Por exemplo, os povoamentos conduzidos em talhadia aparentam ser menos afectados por esta praga.
Como medidas preventivas recomenda-se:
- melhorar o estado nutricional dos soutos e a estrutura edáfica - a matéria orgânica deverá atingir níveis iguais ou superiores a 2%;
- evitar danos e cortes de raízes;
- utilizar equipamento adequado para evitar compactação excessiva que provoca uma redução do teor de oxigénio no solo;
- plantar em terrenos com boa drenagem para não se induzir a asfixia radicular;
- evitar a utilização de material vegetativo infectado e de origem desconhecida;
- proceder à escovagem e desinfecção prévia dos instrumentos agrícolas.
As medidas repressivas compreendem acções a diversos níveis, incluindo o combate biológico e genético:
- a queima do material vegetativo infectado;
- a eliminação das árvores infectadas, quando o nível de infecção é elevado e a replantação alguns anos após;
- a solarização das partes afectadas;
- a micorrização (associação de determinados fungos do solo e das raízes mais jovens da árvore originando estruturas com grande importância a nível fitopatológico e nutricional);
- a recolha de cogumelos se efectue com uma faca e não por arranque, deixando-se no solo alguns cogumelos não abertos;
- evitar a plantação de híbridos em zonas tradicionais de produção;
- a utilização de microorganismos da espécie Trichoderma;
- a plantação de clones que sejam resistentes à doença criados em viveiro. (O Centro Nacional de Sementes Florestais (CENASEF) desenvolve desde 1998 trabalho nesta área).
Cancro do Castanheiro
O Cancro do Castanheiro é provocado por um fungo designado Endothia parasitica And & And. A espécie Castanea dentata foi praticamente aniquilada por esta praga que, segundo dados de 1987, terá destruído cerca de 3,6 milhões de hectares de castanheiro nos Estados Unidos da América. A doença que está presente na Europa há várias décadas foi detectada pela primeira vez, em Portugal, em 1989, na região de Trás-os-Montes. A zona de Padrela foi a mais afectada, verificando-se que a variedade Judia apresenta maior sensibilidade à doença. No território da TFT o cancro do castanheiro afectou com maior intensidade a zona de Parada.
A principal fonte de propagação da doença é a circulação de lenho sem ritidoma (casca).
Em 1998 foi estabelecido um Plano de Erradicação do Cancro do Castanheiro (Despacho 117/98). Para execução do Plano e durante três anos foram prospectados cerca de 77 000 castanheiros em doze concelhos da DRATM, com incidência nas zonas produtoras de castanha, verificando-se a infecção em cerca de 10% de árvores.
O cancro do castanheiro só é detectado a partir do terceiro ou quarto ano após a plantação, é muito virulento e ataca a parte aérea da árvore de forma rápida e irreversível. Detecta-se pelo desenvolvimento de necroses castanho-avermelhadas no tronco e pela permanência das folhas e ouriços mortos nos ramos secos da árvore para além do período normal, entre outros sintomas de observação minuciosa.
A irradicação da doença baseia-se em técnicas de enxertia e poda, recomendando-se:
- a desinfecção com lixívia dos instrumentos a utilizar;
- o corte dos ramos donde se retiraram garfos para efectuar enxertias;
- a pincelagem de toda a zona de enxertia com um fungicida;
- a raspagem da casca da zona do cancro até ao tecido são;
- o corte dos ramos 20 cm abaixo da zona do cancro e desinfecção com um fungicida;
- a queima das cascas e das pernadas cortadas no próprio local;
- corte das árvores exertadas infectadas 15 a 20 cm acima da superfície do solo e enxertia no ano seguinte sobre a nova rebentação;
- arranque das árvores exertadas e sua destruição (queima) no próprio local.
FONTE:
parque natural de montesinho
Em Portugal a Doença da Tinta, cujo nome se deve à cor negra que a árvore adquire por baixo da casca quando atacada, é conhecida desde o século XIX e constitui uma das maiores ameaças à cultura do castanheiro, tendo-se verificado em diversas regiões a destruição em massa de extensas áreas de souto.
A doença está associada a dois fungos pertencentes à classe oomicetas, à família Phytophthoraceae e ao género Phylophlhora (Phytophthora cinnamomi (Rands) e Phytophthora cambivora (Petri) Buisman). São semi-parasitas que vivem em forma saprófita na matéria orgânica do solo, ou como parasitas na planta.
A propagação faz-se através da água de rega, da chuva, do transporte de terra e de material vegetativo infectado. Solos com má drenagem, baixo teor de matéria orgânica, pobres em nutrientes e com exposições sudoeste, oeste e sul, se os declives forem superiores a 8-10%, são algumas das condições favoráveis para o desenvolvimento do fungo. As raízes com lesões provocadas por cortes constituem portas de entrada para o fungo.
O fungo afecta o sistema radicular, limitando ou impedindo gradualmente a circulação da seiva. Os sintomas manifestam-se inicialmente na parte superior da copa a partir da extremidade dos ramos onde se observam cloroses e emurchecimento das folhas. A floração é fraca e a frutificação é muito afectada, os frutos caem antes de amadurecerem. Na zona afectada, após remoção da casca, o lenho mostra-se necrótico, constituindo uma mancha de cor violácea escura, em forma de cunha. A partir da base pode observar-se a emissão de rebentos que morrem passados alguns anos, mantendo-se seca toda a copa.
Os meios disponíveis não são ainda capazes de responder, de uma forma eficaz, às necessidades do combate à doença.
As técnicas culturais parecem ser aquelas que de alguma forma contribuam para a limitação da doença. Por exemplo, os povoamentos conduzidos em talhadia aparentam ser menos afectados por esta praga.
Como medidas preventivas recomenda-se:
- melhorar o estado nutricional dos soutos e a estrutura edáfica - a matéria orgânica deverá atingir níveis iguais ou superiores a 2%;
- evitar danos e cortes de raízes;
- utilizar equipamento adequado para evitar compactação excessiva que provoca uma redução do teor de oxigénio no solo;
- plantar em terrenos com boa drenagem para não se induzir a asfixia radicular;
- evitar a utilização de material vegetativo infectado e de origem desconhecida;
- proceder à escovagem e desinfecção prévia dos instrumentos agrícolas.
As medidas repressivas compreendem acções a diversos níveis, incluindo o combate biológico e genético:
- a queima do material vegetativo infectado;
- a eliminação das árvores infectadas, quando o nível de infecção é elevado e a replantação alguns anos após;
- a solarização das partes afectadas;
- a micorrização (associação de determinados fungos do solo e das raízes mais jovens da árvore originando estruturas com grande importância a nível fitopatológico e nutricional);
- a recolha de cogumelos se efectue com uma faca e não por arranque, deixando-se no solo alguns cogumelos não abertos;
- evitar a plantação de híbridos em zonas tradicionais de produção;
- a utilização de microorganismos da espécie Trichoderma;
- a plantação de clones que sejam resistentes à doença criados em viveiro. (O Centro Nacional de Sementes Florestais (CENASEF) desenvolve desde 1998 trabalho nesta área).
Cancro do Castanheiro
O Cancro do Castanheiro é provocado por um fungo designado Endothia parasitica And & And. A espécie Castanea dentata foi praticamente aniquilada por esta praga que, segundo dados de 1987, terá destruído cerca de 3,6 milhões de hectares de castanheiro nos Estados Unidos da América. A doença que está presente na Europa há várias décadas foi detectada pela primeira vez, em Portugal, em 1989, na região de Trás-os-Montes. A zona de Padrela foi a mais afectada, verificando-se que a variedade Judia apresenta maior sensibilidade à doença. No território da TFT o cancro do castanheiro afectou com maior intensidade a zona de Parada.
A principal fonte de propagação da doença é a circulação de lenho sem ritidoma (casca).
Em 1998 foi estabelecido um Plano de Erradicação do Cancro do Castanheiro (Despacho 117/98). Para execução do Plano e durante três anos foram prospectados cerca de 77 000 castanheiros em doze concelhos da DRATM, com incidência nas zonas produtoras de castanha, verificando-se a infecção em cerca de 10% de árvores.
O cancro do castanheiro só é detectado a partir do terceiro ou quarto ano após a plantação, é muito virulento e ataca a parte aérea da árvore de forma rápida e irreversível. Detecta-se pelo desenvolvimento de necroses castanho-avermelhadas no tronco e pela permanência das folhas e ouriços mortos nos ramos secos da árvore para além do período normal, entre outros sintomas de observação minuciosa.
A irradicação da doença baseia-se em técnicas de enxertia e poda, recomendando-se:
- a desinfecção com lixívia dos instrumentos a utilizar;
- o corte dos ramos donde se retiraram garfos para efectuar enxertias;
- a pincelagem de toda a zona de enxertia com um fungicida;
- a raspagem da casca da zona do cancro até ao tecido são;
- o corte dos ramos 20 cm abaixo da zona do cancro e desinfecção com um fungicida;
- a queima das cascas e das pernadas cortadas no próprio local;
- corte das árvores exertadas infectadas 15 a 20 cm acima da superfície do solo e enxertia no ano seguinte sobre a nova rebentação;
- arranque das árvores exertadas e sua destruição (queima) no próprio local.
FONTE:
parque natural de montesinho
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